Seria Vinícius de Moraes filho de Palmarense?

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  A vida do poeta Raimundo Alves de Souza foi sempre marcada por aventuras amorosas.  Nascido no século 19, em 1884, em Panelas (PE), o poeta viveu a maior parte da sua existência em Palmares,  convivendo com os poetas, atores e jornalistas do tempo em que a cidade chegou a ser chamada de “Atenas Pernambucana”.  
Amigo de Artur Griz, Jayme Griz, Hermilo Borba Filho e Ascenso Ferreira, entre outros, foi sempre uma figura legendária, como homem e como artista.  Era autodidata e, na sua juventude, foi um destacado ator na cidade. Poeta que muito produziu e pouco publicou em livro, criador de uma poesia amorosa da mesma linhagem  de Vinicius de Moraes.  E, a exemplo de Vinicius, um mulherengo incurável.  Teve várias mulheres e inúmeros filhos. 
Essa história, durante muito tempo, e até hoje, tem o sabor de lenda em Palmares – e apesar dos esforços de alguns parentes e amigos nunca se conseguiu estabelecer um contato pessoal e esclarecedor com o poeta Vinicius de Moraes, quando ele ainda vivia, de que ele fosse realmente o filho de Raimundo.


 POESIAS


VIDA

A vida não é sorrir,
E também não é chorar,
A vida não é sentir,
A vida é saber amar.



VELHICE

Quando o meu derradeiro amor sucumbiu,
Num grito eu perguntei,
Atento, procurando,
O derradeiro afeto que fugiu:
Onde estão as mulheres que eu amei?
Senti a alma chorando,
E na ironia do silencio, o meu grito se extinguiu.
Ocultas vivem talvez,
Nas decepções do meu passado,
Não sei.
Apesar de as ter procurado,
Com ressonâncias sutis de românticas baladas.
Sinfonias de amores, de cor e de pecado,
E nas meigas recordações
De uma voz, um beijo, um sorriso
Três poemas abraçados,
Que nos momentos engraçados,
Levavam-me ao paraíso.
Perdi a plástica, a fé e os afetos,
Trôpegos passos incertos,
Descendo as cordilheiras da velhice,
Ladeiras acidentadas,
Antítese, fatal da meninice.
Agonia do ocaso, o crepúsculo da vida,
Esperanças estranguladas,
Rugidos de pantera sufocam-me o peito sem alento.
O sepulcro das ânsias saciadas.
Foram-se as quimeras no turbilhão dos ventos,
Ficando somente as saudades de outras eras,
Envoltas na dor dos desenganos,
E chagas na alma, a rubrica dos tempos,
Os carrascos eternos, longevos tiranos,
Mercadores supremos, dos reveses e desilusões
Que nos trazem os anos.
Destino ou fatalidade,
Foram os túmulos das minhas vaidades
E de tudo que sonhei:
Amores e crueldades,
E das tragédias que me deixaram saudades.
Adeus....
Adeus...
Mulheres que tanto amei.

ULTIMO POEMA

Não sei se deixo saudades
Quando a morte me levar
Mas sei que levo lembranças
Que faz minha alma chorar.



Fonte: http://blig.ig.com.br/juareizcorreya/2009/04/27/quem-e-raimundo-alves-de-souza/
           http://varejosortido.blogspot.com/2009/04/poetas-de-palmares.html

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