A Verdade

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Representantes de instituições financeiras e lojistas participam nesta quinta-feira de uma audiência pública com entidades de defesa do consumidor para discutir a inadimplência das vítimas das enchentes que atingiram a Zona da Mata de Pernambuco. Realizado pelo Procon estadual, o encontro será marcado para as 10h, no Hotel Luar Palace, na Rua da Palma, Centro de Palmares.
  A proposta é adotar medidas preventivas para evitar que o nome das vítimas seja negativado para que elas não fiquem impossibilitadas de ter acesso às linhas de crédito.
Participam da audiência representares do Gabinete de Crise do Governo do Estado, DPDC, MPPE, OAB-PE, Defensoria Pública, Adeccon-PE, Aduseps, Celpe, Compesa, Febraban, Banco Central, instituições financeiras, empresas de telefonia, Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL

Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

A Verdade

E-mail enviado ao Jornal da Notícia:


Olá Aldo,

Primeiro quero parabenizar seu trabalho realizado na emissora CBN. Sou do município de Palmares/PE, fortemente castigado pelas águas do rio Una, na grande enchente que teve início no dia 18 de junho 2010.

O motivo deste email é para protestar e contestar, trecho da entrevista do Cel., cujo nome não me recordo, representante maior da CODECIPE, quando afirmou em entrevista a emissora que o desastre só não havia sido maior porque foi soado o alarme no dia 17, véspera da tragédia. Ao ouvir as palavras daquele cidadão, resolvi narrar a verdade.

Olha amigo Aldo, posso lhe afirmar com certeza, plena e absoluta, porque acompanhei e acompanho o sofrimento dessa gente desde as primeiras horas dessa catástrofe. Sou diretor da Rádio Cidade FM, que opera nesse município, e não tínhamos, até as primeiras horas da madrugada do sábado dia 19 de junho, já com o evento consumado, nenhum sinal de alerta, de autoridade alguma, sobre um possível aumento do volume das águas do Rio Una e suas conseqüências devastadoras. Se esse alerta foi soado, as pessoas de Palmares não tomaram conhecimento, porque se assim o fosse, não teriam amargado tamanho prejuízo em suas vidas e teriam salvado mercadorias, móveis, pertences e coisas de valor sentimental incalculável.

Falo com legitimidade porque permaneci, juntamente com colaboradores, no ar por mais de 40 horas, ouvindo gritos de socorro e apelos de familiares que vinham dos telefones fixos e celulares das pessoas que ficaram presas ou ilhadas sem poder sair de suas casas e familiares destes, que objetivando salvar suas vidas recorriam a rádio na tentativa de comunicar que o seu parente ou amigo havia ficado sem poder sair de sua residência ou estabelecimento comercial, tão grande era a força da correnteza que se formou pelas ruas e a violência com que as águas invadiam as ruas. Ligamos para o grupamento de bombeiros local, sem sucesso, o telefone estava ocupado infinitamente, recorremos, em muitas tentativas, a CODECIPE para comunicar o que enfrentávamos e a atendente, de voz tranqüila e suave, nos pedia calma e dizia que Recife também vivia um drama. De forma indireta, julgava normal aquela situação, enquanto, angustiados, sabíamos que várias pessoas na região perdiam suas vidas por falta de socorro ou descaso das autoridades em simplesmente monitorar o nível pluviométrico das águas que desciam pelo Una.

Basta ouvir as gravações do censura da emissora para se certificar da veracidade da narrativa acima e as horas de terror enfrentadas por essa gente que não sabe a quem recorrer para ser avisada de uma catástrofe presumível.

Chega dessa história das autoridades quererem tirar o corpo fora e se isentar da enorme culpa que tem em toda essa tragédia.

Atenciosamente
Edson Silva





Fonte: Jornal da Notícia

1 comentários:

Graça Pereira disse... [Responder Comentário]

Lindissimas fotos e legendas!
Beijocas e bom fds
Graça