Tenho muitos clientes na Farmácia que tem Epilepsia. São crianças, adolescentes e também vários adultos. Para eles é um verdadeiro martírio ter que ir todo mes para conseguir uma receita especial para comprar o medicamento. Muitas vezes esquecem e chegam agoniados porque faltou o Gardenal, ou o carbamazepina ou outro, e a qualquer minuto pode ter uma convulsão...tento ajudar ligando para algum médico para conseguir a receita. Graças a Deus eu sempre consigo e peço para a pessoa ir até o Hospital pegar ,pois só posso vender a receita ficando retida.
Eu sempre soube lidar com esse tipo de coisa. Lembro que tive uma mocinha que me ajudava em casa e a primeira vez que ela teve a convulsão juro que me assustei , passado o momento ela ficou envergonhada e me contou que sofria de epilepsia. Chorando me pediu para não manda-la embora, perguntei se tomava remédio e disse que sim...era o Gardenal, só que tinha acabado e não tinha ido para o médico pegar receita ...providenciei e disse para ela nunca mais esquecer de tomar,afinal ela poderia cair na rua , ser atropelada...bem é isso...
Ter uma convulsão pode acontecer com qualquer um, porém se tiver crises progressivas ,então passa a ter a epilepsia.
O importante é saber lidar com esse transtorno que ainda é motivo de descriminação na vida de muita gente.
Eletroencefalograma e tomografia do cérebro são testes diagnósticos comuns para a epilepsia.
A epilepsia é um dos transtornos crônicos mais importantes da infância, bem como uma das causas mais comuns de distúrbio neurológico nesta faixa etária, onde cerca de 50% das crianças apresentam essa esse problema antes dos cinco anos e 75%, antes dos vinte. A epilepsia é uma alteração temporária e reversível do funcionamento cerebral que ocorre quando uma parte do cérebro passa a emitir sinais incorretos durante alguns segundos ou minutos.
São muitos os tipos de crise, bem como os sintomas, que podem variar de acordo com o local atingido no sistema nervoso central. Se a alteração ficar restrita a um hemisfério, a crise será chamada de crise parcial e se a lesão afetar os dois hemisférios cerebrais teremos o que chamamos de crise generalizada. Geralmente a causa é desconhecida, mas pode ocorrer por ferimentos na cabeça, trauma de parto, uso abusivo de álcool e ou drogas e outras doenças.
A divulgação da doença é muito importante, principalmente porque grande parte da população ignora o problema ou porque têm crenças distorcidas e não verdadeiras sobre a questão. Assim, não raro ouvimos pessoas dizerem que a epilepsia é uma doença contagiosa e que seus portadores, além de não são normais nunca serão bem sucedidos na vida, o que não é verdade.
Os pais costumam ver a epilepsia com vergonha, frustração, desesperança. Errado! Os pais precisam tratar a criança corretamente e incentivá-la a viver como uma criançanormal, que se trata de uma enfermidade que possui, como qualquer um de nós.
Infelizmente, o impacto social e psicológico da epilepsia ainda é grande, chegando ao ponto de ser, muitas vezes, mais limitante do que a própria doença. Isso porque a epilepsia rompe a sensação de controle e competência, essenciais para o desenvolvimento saudável da personalidade da pessoa, em decorrência da característica paroxística, imprevisível e de completa subjugação do indivíduo pelo evento epiléptico. Basta apenas um único episódio para que a família viva um estado angustiante, à espera de uma nova crise.
Fonte: Minha Vida