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Alzheimer, eu te odeio!

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Meu coração ficou apertado demais quando cheguei juntinho a minha mãe e ela olhou para mim como se nunca tivesse me visto na vida.
Eu pensei comigo; calma! É o Alzheimer, já já ela vai lembrar de mim
Ainda bem que foi uma vez só e a sensação que senti foi que a tinha perdido. Sensação de tristeza, medo de acontecer de novo.
Há exatamente três meses minha mãe perdeu seu último irmão e de lá pra cá a cabecinha dela virou uma eterna confusão. Cada dia que passa fica mais dependente e todos os sintomas do mal de Alzheimer tomou conta dela. O neurologista já diagnosticou perda de massa encefálica.
Apesar dos oitenta e oito anos minha mãe sempre foi muito ativa. De inteligência privilegiada nunca deixou uma palavra cruzada faltando nada, porque ela sabia de tudo! Pianista clássica,ela sempre dizia que o piano era como um filho querido!
Já aconteceu dias atrás de sentar no banquinho e ao abrir a tampa do piano não lembrar de música nenhuma e ficou apavorada.
Pergunta sempre o que está acontecendo com ela que não é a mesma pessoa... que a casa não é dela...
Já começou trocando o dia pela noite.
Somos 9 filhos e estamos dando todo o carinho que ela merece... Cuidando dela como ela cuidou de nós pequeninos.
Alzheimer, seu infeliz, deixe minha mãe em paz! Não queremos que ela deixe de tocar o seu piano, esquecer os nossos nomes e esquecer que somos seus filhos!



"À medida que a doença evolui, portanto, fica cada vez mais difícil formar novas memórias, e como consequência torna-se impossível lembrar de coisas simples que ocorreram há poucos minutos ou há poucos dias."
Dr. Norton Sayeg*