Além do Horizonte

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“Imagine que você está à beira mar e vê um navio partindo .
Você fica olhando, enquanto ele vai se afastando
. ...... se afastando, cada vez mais longe, até que
finalmente aparece apenas um ponto no horizonte
- Lá onde o mar e o céu se encontram.
E você diz: pronto ele se foi.
Foi onde? Foi a um lugar que a sua vista não alcança só isto.
Ele continua tão grande, tão bonito e tão importante como era quando estava perto de você.
A dimensão diminuída está em você, não nele.
E, naquele exato momento em que você está
dizendo ele se foi, há outros
Vendo-o aproximar-se e outras vozes
exclamando com júbilo: Ele está chegando!”

( Henry Sobel)

Seguindo

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Meu Deus, como eu quero esta madrugada acabe logo e um raio de sol entre pela janela,como a anunciar que é chegada a hora de tudo terminar...todo sofrimento, de tantos dias, meses, anos...
Nem choro mais...fico quietinha só esperando o tempo passar...e fico dizendo baixinho: Segue a LUZ...segue  a LUZ...

Meu blog

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 Adorei receber um e-mail  do Anderson Melo - jornalista -Editor de Conteúdo - Portal +AB/  Rede Nordeste de Comunicação. Ele acompanha o meu Blog e gostou da maneira como eu divulguei os acontecimentos da tragédia que atingiu nossa cidade e região da mata sul. Pena que nem vou fazer a entrevista que ele queria levar ao ar na próxima quinta feira. Como falei para ele estou fora de Palmares há dias cuidando de minha tia em Recife.

A Luta pela Vida

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A segunda tragédia

Depois das enchentes, moradores das cidades mais atingidas em Pernambuco e Alagoas tentam reconstruir suas vidas. Sobram desespero e desânimo, e faltam comida, luz, água e empregos

Por Bruna Cavalcanti, enviada especial a Palmares (PE)

É preciso força e coragem para caminhar pelas ruas da cidade de Palmares, Zona da Mata Sul de Pernambuco. A lama grossa e imunda invade, com um cheiro fétido, todos os caminhos por onde antes trafegavam pessoas e veículos. Em cada canto se ouvem histórias de quem perdeu tudo. Relatos de dor, drama, vazio e desânimo. 
 Por todo o centro da cidade e nas ruas mais afetadas pelas águas do rio Una, a sensação é de se estar num verdadeiro lixão. Em casas cheias de sujeira e entulhos, as pessoas tentam limpar as poucas coisas que não foram destruídas ou levadas pelas águas. Em condições desumanas e correndo sérios riscos de contraírem doenças, os palmarenses lutam como podem. Muitas vezes, tratam de fazer a limpeza com as próprias mãos, já que faltam equipamentos adequados. Precariamente, buscam retomar suas rotinas. Mas é difícil saber por onde começar.
“Isso aqui não é uma cidade, isso aqui é o inferno”, grita um morador de dentro de uma casinha. O inferno também ameaça trazer a fome. Já chegam a Palmares notícias de localidades onde os moradores só têm barro para comer. Ali, ninguém duvida: a luta pela vida está apenas começando.

 Fonte:ISTO É INDEPENDENTE

Daqui do Hospital

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É como meu filho  Allan sempre diz: A VIDA É UMA INCÓGNITA! Com isso ele me consola e me fa ficar mais confiante em Deus. Ontem, meu dia foi uma loucura e passei o dia pensando que seria o dia que tia ia partir.Mas não, o minuto seguinte só a Deus pertence.Quanto mais eu peço pra ela ter paz, e parar de sofrer eu sofro mais.
Aqui no Hospital a gente perde o sentido do tempo,tem hora que nem sei se é dia ou noite. Já estou aqui há uma semana. Não aguento mais esse cheiro de hospital, esse gosto de café de borra requentado .
A única alegria que senti hoje foi ao ver no meu e-mail essas fotos que meu irmão me mandou da Farmácia.
Daqui desse lugar, pelos corredores fico imaginando como ainda está a minha casa , a casa da minha mãe,dos meus irmãos, da minha tia, todos que foram atingidos pelas águas e ainda estão como se diz literalmente: Sem chão!

Recomeçando a Tradição

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Nossa Farmácia aos poucos vai voltando a ser a nossa querida e velha Farmácia Permanente. Meus irmãos são fortes e batalhadores e com muito trabalho reergueram o nosso ganha pão.
De tradição na cidade, nossa Farmácia pertenceu ao meu avô Genésio, depois também foi do meu pai Heitor, somos sete irmãos, dois sobrinhos e vários funcionários que estão conosco a vários anos.
Sei que meu pai e meu avô lá do alto estão felizes por ver que nossa família está cada vez mais unida e mais forte.Essa enchente só veio nos mostrar que o mais importante é a nossa Vida, naquela noite de 18 de junho , vivenciamos o quanto é valiosa e bela a nossa família. Vivemos momentos de horrores, perdemos tudo, nem o remédio de minha tia eu tinha para amenizar as dores dela. Todo o nosso estoque virou lama. Computadores, arquivos, nossos documentos , perdemos tudo na enchente.
Hoje, finalmente é dia de recomeçar...tentar esquecer desse junho trágico que nos marcou tanto.

O Amor de DEUS a Salvará

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Eu sei que a minha missão para com a minha tia é muito mais forte do que fazer baixar sua febre ou tentar diminuir as suas dores. Deus me preparou aos poucos e ontem a noite eu senti que eu estou aqui com ela para no momento mais difícil ajuda-la a alcançar o limiar da esperança e do amor Divino.
Eu sinto que estou forte e vou conseguir fazer deste momento o momento mágico tanto esperado por ela. SAIR ANDANDO...
ANDANDO POR SOBRE AS NUVENS...ela não senta há meses...ela não anda há meses...mas  é chegado o momento que eu espero tanto...e todas as dores passarão,todos os gritos cessarão...e um só pensamento união de todos que a amam fará esse momento lindo acontecer: ANDAR SOBRE AS NUVENS...

Meu Apelo

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Bons Espíritos, que a acompanhastes na Terra, não a abandoneis neste momento supremo. Dai-lhe forças para suportar os últimos sofrimentos por que lhe cumpre passar neste mundo, a bem do seu progresso futuro. Inspirai-a, para que consagre ao arrependimento de suas faltas os últimos clarões de inteligência que lhe restem, ou que momentaneamente lhe advenham.
Dirigi o meu pensamento, a fim de que atue de modo a tomar menos penoso para ela o trabalho da separação e a fim de que leve consigo, ao abandonar a Terra, as consolações da esperança.

"QUEM AMA MINHA TIA MENTALIZE ESSA PRECE!!! 

Viver o Momento Presente-

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Esta música é uma homenagem que meu irmão e poeta, Genésio Cavalcanti, fez para a nossa querida tia Geraldina. 
Ela achou linda, mas disse que não era "tudo isso " que ele exagerou muito. Toda a nossa família aplaudiu esse gesto de amor que Genésio demonstrou nessa inspiração musical.Escutem de olhos fechados e verão tia com seu sorriso lindo, que não morrerá jamais!

MARIA,O DOM DO AMOR
POEMA:GENÉSIO CAVALCANTI(sobrinho de Geo)
MELODIA:LINALDO
INTÉRPRETE:MARKINHOS CABRAL E MAZINHO

ESTE SORRISO FELIZ,
CONTÉM O DOM DO AMOR
TODA VIDA SEMPRE QUIS
VIVER PRA SER DO REDENTOR

SE ÉS MARIA EM CADA ORAÇÃO
 SE ÉS MARIA, SAGRADO CORAÇÃO!

UMA DÁDIVA DE DEUS
REPLETA DE CHAGAS DE AMOR
UMA VIDA TODA DEDICADA
AS OBRAS DO CRIADOR

SE ÉS MARIA EM CADA ORAÇÃO
SE ÉS MARIA,BENDITA EM AS MARIAS,
MARIA OH! VIRGEM MARIA
BENDITA ENTRE AS MARIAS

SE A CRUZ ARRASTADA
PESA MAIS QUE A CARREGADA
NÃO TEMAS JAMAIS, MARIA

ESTE POÇO DE BONDADE
TÃO FRÁGIL E TÃO FORTE
DOS AMIGOS DE TODA CIDADE
ÉS SUBLIME E ENORME

MARIA OH! VIRGEM MARIA
BENDITA SOIS ENTRE AS MARIAS

MARIA, OH VIRGEM DA PAZ
O TEU SORRISO NÃO MORRERÁ JAMAIS!

Difícil Recomeço

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Vivendo dias de pesadelo

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De repente, me vejo vivendo dois pesadelos: O das enchentes na minha cidade, e a doença de minha tia que cada vez deixa ela mais debilitada.

Sol traz recomeço

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JÚLIA VERAS        
FOLHA DE PERNAMBUCO


“Olha, minha gente, é uma glória de Deus, achei mais um pedaço de mim. Ainda existo nessa vida”. A alegria de Quitéria Maria da Silva, 53 anos, parecia incoerente com o cenário ao seu redor. Em meio aos destroços do que um dia foi  a sua rua, ela mostrava aos vizinhos, toda feliz, seus documentos que acabara de achar entre os restos de tábuas em que se transformaram os seus móveis. Na manhã de ontem, um dia bonito de sol, ela e millhares de moradores do município de Palmares se entregaram à tarefa de limpar suas casas e propriedades. Trabalho esse que parecia que não tinha fim, até porque era difícil pensar por onde começar. Depois do impacto de perceber que perderam tudo durante as fortes chuvas que castigaram há aproximadamente vinte dias a região, as pessoas pareciam ainda anestesiadas.
Maria Quitéria morava com mais três filhos e seu marido em uma casa nas proximidades da beira do rio Una. A água chegou ao teto do segundo andar da casa da sua vizinha, onde ela havia guardado alguns de seus eletrodomésticos. Não sobrou nada. Quando ela e seus familiares começaram a limpar o lugar, a segunda cheia da semana passada insistiu em tomar de lama o lugar. “Desde 2000, na outra grande cheia que teve, a gente tem que viver com esse tipo de situação. Não aguento mais. Se Jesus Cristo tiver misericórdia de mim e me der quatro pedaços de pau e um lona enrolada, não volto mais aqui”, declarou ela, que está alojada na casa da sogra do seu filho e vivia, além da aposentadoria, da venda de confeitos em uma carrocinha.


Nas ruas, tudo o que se pode imaginar é encontrado no meio da lama. Pessoas passeiam pelas vias ainda espantadas, tirando retratos das construções que foram abaixo, olhando as fotografias que se espalham pelos montes de entulho que cobrem as ruas, e que expostas, contam para transeuntes as histórias de vida de famílias que perderam as suas lembranças. Sapatos, roupas, restos de alimentos, bijuterias, eletrodomésticos, brinquedos, livros, móveis. Tudo pode ser encontrado nas calçadas.


Mesmo assim, uma esteira de corrida que foi arrastada pela força das águas por mais duzentos metros conseguia chamar atenção. Ela fazia parte de uma academia de ginástica que pertencia à fisioterapeuta Simíramis Botelho, 53 anos, e a sua filha, a professora de educação física Ana Carolina Botelho, 26. O telhado e algumas paredes foram completamente arrancados e em uma de suas vigas ainda estava pendurada uma pequena mesa que ficou presa na estrutura. Elas sequer estimam o prejuízo. “Em uma conta rápida, perdemos um patrimônio de mais de R$ 100 mil e não acreditamos que vamos conseguir recomeçar por aqui. Nossos clientes também perderam tudo e fazer musculação, natação, hidroginástica é um luxo inalcansável por enquanto”, pontuou Carolina.


Ela morava com o marido e a filha de dois meses em uma casa em frente ao estabelecimento. Não conseguiram salvar nada além da roupa do corpo. Ela ela e o marido passaram mais um dia varrendo grossas camadas de barro escuro misturado a lodo, que botou a perder desde a coleção de DVDs dos Beatles do marido, os eletrodomésticos típicos de uma casa confortável de classe média até todo o quarto novinho em folha do bebê recém-nascido. “Isso aqui é o que mais me dói. Ver o quarto da minha filha desse jeito”, emocionou-se.

"Essa esteira era aquela em que eu ia fazer meus exercícios, minha solidariedade a Semirinha e Carol, mulheres guerreiras e batalhadoras que i rão continuar a luta pela sobrevivencia e esquecer essa tragédia''.Sei que não mais terei minha academia, mas o importante é estar todo mundo VIVO"

O Dilúvio em Palmares

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DVD sobre dilúvio vira “sucesso” em Palmares
No Centro Social Urbano de Palmares, onde estão 42 desabrigados, um grupo se reuniu em frente à televisão na manhã de ontem para assistir a um filme que a primeira vista parecia uma obra ficcional em que uma catástrofe natural destroi mundo em poucas horas. O mote até era esse mesmo, mas as imagens não eram de nenhuma produção feita em Hollywood. O cenário foi a própria Palmares.

Uma compilação das cenas de desespero acontecidas há cerca de 20 dias no município, viraram um DVD com o nome de “Enchentes 2010 Palmares”, vendido a R$ 2 nas ruas. Questionados se não se sentiam mal revivendo a tragédia pela qual eles mesmos passaram, os espectadores garantiram que não. “É que dá uma curiosidade. Mas tem gente que prefere não ver, diz que é para não sofrer de novo”, afirmou Valéria de Lira, 37 anos.

Ali no Centro, várias famílias dividiam o almoço de domingo. Em meio a toda aquela intimidade forçada, as pessoas tentam garantir um pouco de privacidade dividindo pequenos lotes de espaço separados pelo que sobrou de pertences. As crianças que perambulavam pelo lugar, brincando entre as roupas que foram doadas e improvisando jogos, contavam o sofrimento que viveram. Bruna Stérfany de Alcântara, 9 anos, explicou que ficou ilhada junto com a mãe e os irmãos na sua residência e foi resgatada de helicóptero. “Meu pai tentou me tirar de lá nas costas dele, mas a parede deu um choque e jogou a gente para longe. Mas a hora que eu mais tive medo foi quando vi os postes pegando fogo. Foi horrível”. E o que é o pior de estar no abrigo? “Aqui é muito frio, a gente dorme no chão duro”. Já Paulo Ferreira de Silva, 7 anos, um dos mais simpáticos do grupo, o rosto cheio de arranhões, argumentou o triste motivo pelo qual ele prefere morar no abrigo do que na sua antiga casa. “Na minha casa não tinha muita comida e aqui tem!”, disse, abrindo um enorme sorriso.




FOLHAPE

entulhos e lama..

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Além de todos os estragos, o contato com a água das chuvas pode causar diversas doenças. A prevenção e a informação ainda são os melhores tratamentos. A Prefeitura está conscientizando para evitar que as doenças se espalhem.

Palmares recebe uma ajuda diferente

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Participantes de rally ajudam vítimas das enxurradas no Nordeste
Palmares tem 30 engenhos em áreas isoladas, locais a que só se tem acesso com carro de tração nas quatro rodas.
Em Palmares, Zona da Mata de Pernambuco, os moradores ainda não conseguiram voltar para casa. Mas as doações estão chegando. Na zona rural a dificuldade é maior.
Palmares tem 30 engenhos em áreas isoladas, locais a que só se tem acesso com carro de tração nas quatro rodas. Nesses engenhos, moram cerca de mil pessoas, que também perderam tudo e precisam muito de ajuda. Para socorrer essa gente, voluntários criaram uma espécie de rally solidário.
“A gente gosta de brincar no nosso 4 x 4. Mas na hora que se precisa, a gente está disponível para qualquer evento que vier”, diz o representante comercial Jiovane Tenório.
“É um desafio, mas é um desafio gratificante“ comenta o major Francisco Cantarelli, do Corpo de Bombeiro.